1. |
I) Tempestade e ímpeto
03:18
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Exaustos decretamos morte às máquinas.
Solapados decretamos morte aos templos de finanças.
Desiludidos decretamos morte às organizações que construímos.
Abandonados decretamos morte ao Estado.
Soterrados declamamos o colapso da fé.
Mas os abutres ressurgem digerindo os sonhos.
Defecando sobre a ruína da esperança.
Dilacerando o ímpeto em nome da reprodução social.
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2. |
II) Façamo-nos peste
02:07
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Vagando entre os corpos.
Bocas mudas exclamam em orelhas surdas.
A sirene anuncia a descida de mais um cortejo.
Uma marcha assíncrona.
Haverá saída?
Desejos tomados de assalto.
Cordas farpadas nos pescoços.
Lâminas e mutilação latente.
Da contradição emerge a centelha.
A peste se espalha.
O funeral se anuncia.
Alicerces de outrora.
Soterram os burgos que ainda respiram.
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3. |
III) Jane doe
02:25
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Pedras manchadas de sangue.
Grilhões contemporâneos do passado.
Degradante e público.
Látego branco impiedoso.
Néscio, brutal, fascio...
Diferente do vulgo.
Mãos que degolam.
Justo como a fúria dos céus!
Basta!
Maria, negra, pregada na cruz.
Maria, parda, arrastada em nome da paz.
Maria, enfim, sua marca na história.
Maria, seu escalpo no asfalto quente.
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Pestial Curitiba, Brazil
Entre a crítica do cotidiano e o cotidiano da crítica há errantes que vagam. Contraditórios, espalham-se e onde estão
produzem a infecção nos mecanismos do mesmo.
Um disparo contra a atonia da vida sob a eclesial catástrofe da sociedade das mercadorias.
Eis nosso espírito inspirador.
Somos:
- José Lucas
- Marcos Paulo
- Nilo Neto
- Pedro Gouveia
- Samuel Barrales
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